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3ª Bienal da Bahia será aberta nesta quinta-feira (29)

Genilson Coutinho,
28/05/2014 | 09h05

Foto_Marcelo Rezende - por Lara Carvalho-2 (2)

A abertura oficial da 3ª Bienal da Bahia acontece dia 29 de maio, às 18h, no pátio do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), com a batida de 33 alabês acompanhados pelo canto de Inaicyra Falcão, filha do artista Mestre Didi, e pelo violão do músico Maurício Lourenço.

Dentro do Casarão do Museu será projetado em tempo contínuo (loop) o filme Mitos e contramitos da família pernambucanobaiana (1974), de Jomard Muniz de Britto, com duração de sete minutos. Nesse mesmo espaço, estarão exibidas cerca de 20 obras da exposição itinerante No Litoral é Assim, que vai circular por quatro cidades do interior baiano (Juazeiro, Alagoinhas, Feira de Santana, Vitória da Conquista) durante todo o período da Bienal, até o dia 7 de setembro.

Após essa cerimônia de abertura, a artista portuguesa Luisa Mota encabeça um cortejo-performance, com a participação de cerca de 70 voluntários, fazendo o elo entre as ações programadas no Conjunto do Unhão e aquelas previstas para o Passeio Público. Assim, em fluxo, o grupo de performers parte do MAM, segue para o Largo 2 de Julho, passa pela avenida Carlos Gomes e pela avenida 7 de Setembro até chegar ao Passeio Público, onde a multidão se dispersa. A partida do cortejo está prevista para as 19h e a caminhada deve durar 45 minutos.

No Passeio Público, quem chega é recebido pelo grupo da Universidade Livre de Teatro Vila Velha. Diversas ações estarão acontecendo, espalhadas pelo jardim de árvores centenárias: performance-instalação da artista baiana Ieda Oliveira; apresentação da banda de forró Ceguêra de Nó, da qual faz parte o artista Zé de Rocha; performance de artistas transformistas atuantes em Salvador. Durante toda a noite, o Passeio Público também abrigará um grupo de dança de salão, cujos membros convidam os presentes à festa, que termina com o samba do bloco de rua carnavalesco De Hoje a Oito, formado por artistas e amigos do bairro do Santo Antônio, em Salvador.

Ainda no casarão, a partir das 18h, estará sendo lançado o livro Cultura dos Sertões, coletânea de artigos originados do encontro de estudos II Celebração da Cultura do Sertão, realizado em 2013. Organização de Alberto Freire, Edufba.

Os portões do Passeio Público fecham às 23h.

A programação completa da Bienal estará disponível em www.bienaldabahia.com.

  Ocupação Artística da Fazenda do Poeta Eurico Alves, com a 50ª edição do Projeto Terra – 30 de maio

A 3ª Bienal da Bahia abarcará também a 50ª edição do Projeto Terra, encabeçado pelo artista Juraci Dórea. Escultor, pintor, fotógrafo, arquiteto, poeta e desenhista, Dórea é um dos artistas mais engajados com o projeto curatorial da Bienal, além de ser o autor de sua identidade visual. Essa ação se dará em dois momentos: ocupação artística da Fazenda Fonte Nova, no sopé da serra de São José das Itapororocas, e a Expedição Terra – de Feira de Santana até Cocorobó. O objetivo da atividade é comemorar os 40 anos do projeto, relevante pilar da obra de Juraci.

O primeiro momento, que ocorre dia 30 de maio, faz parte da programação inaugural da Bienal. Dórea, os curadores e artistas convidados, além do secretário estadual da Cultura, Albino Rubim, irão até a Fazenda Fonte Nova – situada a 30 km de Feira de Santana –, onde o artista realizará uma ocupação da Casa Museu Eurico Alves, produzindo na hora uma escultura de couro e madeira que permanecerá no local. Além disso, haverá um encontro do Grupo Hera (poetas e escritores de Feira de Santana) com o artista pernambucano Paulo Bruscky. A escolha do local se deu por sugestão do próprio artista, que deseja atrair a atenção dos governantes e da população de Feira de Santana – sua cidade de origem e de residência – para esse espaço, onde morou o poeta Eurico Alves. Esse encontro será pontual e aberto ao público.

Já a Expedição Terra partirá no dia 13 de junho de Feira de Santana, refazendo a rota das viagens feitas por Dórea a partir dos anos 1970 ao interior do Estado que resultaram no Projeto Terra. Desde então, Juraci Dórea realizou diversas outras viagens para cidades do sertão baiano, onde se envolveu com moradores locais, expôs sua obra e se inspirou em elementos do universo sertanejo – como vaqueiros, cantadores, violeiros e literatura de cordel – para compor sua produção artística. Nessa expedição o artista conduzirá a equipe da Bienal e o público que desejar acompanhá-lo através de algumas cidades e povoados relevantes para sua vida e obra: Feira de Santana, Santa Bárbara, Araci, Caldas do Jorro, Tucano, Euclides da Cunha, Monte Santo, Canudos, terminando no dia 17/6 em Cocorobó.

Abertura da exposição A Reencenação – 31 de maio, 19h

No dia 31 de maio, chega a vez de revelar as atividades de Reencenação, que vão trazer à tona, por meio de objetos e documentos, a memória das 1ª e 2ª bienais da Bahia, de 1966 e 1968.

Sob curadoria de Fernando Oliva, a Reencenação consiste na ocupação do Mosteiro de São Bento com o objetivo de recriar nas condições possíveis projetos executados no passado que não tiveram seu potencial plenamente realizado.

Autoridades como o Governador do Estado, Jaques Wagner, o Secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim, e o diretor do MAM, Marcelo Rezende, darão início oficial às atividades da Bienal. Também estarão presentes o Abade do Mosteiro de São Bento, Dom Emanuel d’Able do Amaral; o representante da Fundação Hansen Bahia, Elias Souza; e a diretora do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Elizabete Gândara.

Estruturas de alta intensidade – 2 de junho, 18h

Nome do programa: “Bienal foge da escola”

Tema: “Setor Socializante – Arte, educação e os modos de desaprender”

No dia 2 de junho, a Bienal convida para uma conversa na Reitoria da Universidade Federal da Bahia. O tema do encontro é “Arte, educação e os modos de desaprender”, sendo assuntos transversais a ditadura e a arte.

Também estará presente o artista José Rufino, criador da Comissão da Verdade Paralela, que tem registrado a fala vítimas da ditadura. E ainda o artista cearense Ícaro Lira, autor de trabalho sobre os campos de concentração no Ceará das décadas de 20 e 30, o artista Paulo Bruscky, e Fernando Oliva, curador-adjunto da 3ª Bienal da Bahia, com pesquisa desenvolvida sobre a 2ª Bienal de Arte da Bahia, censurada em 1968 sob alegação de que continha obras subversivas.

Conversas como essa visam realizar parte das ações educativas da 3ª Bienal da Bahia com encontros, palestras e seminários. São chamadas de ações de “alta intensidade” porque têm caráter intensivo e não extensivo.

Abertura da Galeria Esteio – 2 de junho, das 20h às 22h

A Esteio Galeria de Arte abrirá em seguida ao evento na Reitoria, às 20h, com a caminhada dos presentes para a Escola de Belas Artes da UFBA, que fica a cinco minutos do local. As três casas que abrigarão as exposições de artistas convidados por Maxim Malhado foram construídas na técnica da “taipa de sopapo” por construtores trazidos da Vila de Sítio Novo, município de Catu, a 90 km de Salvador, onde funcionou a Esteio Galeria de Arte entre 1994 e 2006.

Ao longo dos 100 dias da Bienal, a Esteio será movimentada pela realização de encontros com artistas e curadores, e pelas aberturas de seis diferentes exposições em duas das casas, além da exposição permanente do Memorial da Esteio, com documentação e obras do período em que a galeria funcionou em Sítio Novo. No dia 2 de junho serão abertas, além da exposição permanente, as exposições de Teco Ribeiro, na Casa das Artes Visuais, e de Tuti Minervino, na Casa da Palavra.

Cozinha Relacional Casa de Batatinha – 2 de junho, a partir das 22h

Após o evento na reitoria, o público está convidado ao bar Toalha da Saudade (também conhecido como Casa de Batatinha) para uma sessão de samba comandada pelos grupos Coisa Mandada e Batata Acústica (composta por Galo e Jorge, filhos do sambista Batatinha, e por Gabriel, neto de Batatinha). O repertório é de composições baianas (Batatinha, Ederaldo, Gilberto Gil, Novos Baianos, Caetano Veloso, afoxés, afrosambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, entre outros) e a noite não tem hora para terminar.

O bar Toalha da Saudade foi inaugurado na década de 80, e era administrado pelos filhos de Batatinha, enquanto o sambista atuava como uma espécie de aglutinador de artistas baianos e nacionais, como  Gal do Beco, Nelson Refino, Walmir Lima, Ederaldo Gentil, Grande Otelo e Zeca Pagodinho.

SERVIÇO:

* Abertura da 3ª Bienal da Bahia

Ato 1:
Onde: MAM, Solar do Unhão, Avenida Contorno s/nº, Salvador
Quando: 29 de maio, às 18h

Ato 2:
Onde:
 Passeio Público, av. 7 de Setembro s/nº, Salvador
Quando:
 29 de maio, a partir das 20h

* Ocupação artística da Fazenda Fonte Nova

Onde: Fazenda Fonte Nova, no sopé da serra de São José das Itapororocas, distrito de Maria Quitéria, a 25 km de Feira de Santana (BR 116, sentido Norte)
Quando: 30 de maio, das 14h às 18h

* Abertura da exposição A Reencenação

Onde: Mosteiro de São Bento, Largo São Bento 1, Centro, Salvador
Quando: 31 de maio, 19h

* Bienal Foge da Escola

Onde: Reitoria da UFBA, rua Padre Feijó, s/nº, Canela
Quando: 2 de junho, das 18h às 20h

 * Abertura da Esteio Galeria de Arte

Onde: Escola de Belas Artes da UFBA, rua Araújo Pinho, 212, Canela
Quando: 2 de Junho, a partir das 20h

* Cozinha Relacional na Casa de Batatinha

Onde: Rua Gabriel Soares, 68, Ladeira dos Aflitos
Quando: 2 de junho, a partir das 22h

3ª Bienal da Bahia

Quando: de 29 de maio a 7 de setembro de 2014
Onde: em diversos espaços expositivos de Salvador e cidades do interior baiano

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