2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo

Genilson Coutinho,
01/04/2013 | 23h04

O dia 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, um transtorno que acomete seis em cada mil pessoas, em graus que podem variar do mais severo ao mais leve, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), o autismo é mais comum em crianças do que AIDS, câncer e diabetes juntos.  Para mobilizar a socied

ade sobre a importância  do diagnóstico precoce no tratamento do autismo e para conscientizar que existem pessoas um pouco diferentes das outras, mas na sua essência são tão humanas quanto todos, foi que a ONU instituiu a data, em dezembro de 2007.

O Ministério Público do Estado do Piauí não poderia deixar de lembrar essa data, uma vez que esta instituição luta constantemente pelos direitos dos cidadãos – incluindo os autistas.

Autismo é um termo desconhecido para muitos. Este termo refere-se a uma série de distúrbios que afetam diretamente três áreas do desenvolvimento da pessoa: a comunicação, a socialização e o foco de interesses, com manifestações que podem acontecer em graus variados. Devido à diversidade de sintomas, eles foram agrupados em um grupo chamado Transtornos Globais do Desenvolvimento. Para os médicos, os principais sintomas que devem ser observados pelos pais durante o crecimento da criança são a tendência para brincar sozinho, uma resistência a fazer mudanças na rotina, a realização de movimentos repetitivos. Os especialistas destacam também a falta de noção de perigo e medo de situações que são ofensivas, a dificuldade em fazer contatos visuais, dificuldade na compreensão da linguagem falada e hiperatividade ou apatia de aprender pelos métodos tradicionais de ensino.

Desta maneira o Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo procura esclarecer o que vem a ser o Autismo e disseminar informações sobre a importância do diagnóstico e da intervenção precoce. Pois, com um diagnóstico precoce e o tratamento realizado por uma equipe de profissionais de várias áreas, que inclui médicos, fisioterapeutas, pedagogo e nutricionistas, o autista pode conseguir enfrentar as dificuldades e as barreiras importas pelo transtorno, construir família e ter uma vida profissional normal.

Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, porém há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro, até raros casos com diversas habilidades mentais, como a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuída inclusive aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelângelo, Mozart e Einstein. Mas é preciso desfazer o mito de que todo autista tem “superpoderes”. Os casos de genialidade são raríssimos.

 

A medicina e a ciência, de um modo geral, sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial de Saúde como um Transtorno do Desenvolvimento, que afeta a comunicação, a socialização e o comportamento.

 

Outro mito é o de que o autista vive em seu próprio mundo. Não. Ele vive em nosso mundo. Muitos autistas, porém, têm dificuldade em interagir e se comunicar, por isso não estabelecem uma conversa, ou mantêm uma brincadeira, e tendem a isolar-se — não porque querem, mas por não conseguirem. Ao pensar que o autista não tem um mundo próprio, teremos mais chances de incluí-lo em “nosso mundo” com o respeito que merecem, pois preconceito se combate com informação. Para contribuir, procure saber mais sobre o autismo e ajude a divulgar o 2 de abril.

 

Sintomas

O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:

1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.

Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.

Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico. Leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).

Tratamento

Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.

Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.

Recomendações

* Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;

É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;

Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;

Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;

Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.

Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três aracterísticas fundamentais:

* Inabilidade para interagir socialmente;

Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;

Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.